José de Arimateia foi um judeu, senador, ou seja, membro do Sinédrio (a Suprema Corte dos judeus) e um homem rico da época. Vale lembrar que “Arimateia” não é seu sobrenome, e sim sua cidade de origem. Alguns defendem que essa cidade seria a antiga Ramataim-Zofim, onde Samuel nasceu (1Sm 1:1,19), entretanto sua localização é incerta.
José de Arimateia é mencionado no Novo Testamento nos quatro Evangelhos. São exatamente essas passagens que nos fornecem detalhes acerca de seu perfil. O Evangelho de Lucas o descreve como um “homem bom e justo” (Lc 23:50), e que, apesar de ser membro do Sinédrio, ele não votou a favor da condenação de Jesus. Lucas ainda completa nos dizendo que José de Arimateia era alguém que esperava o Reino de Deus (Lc 23:51). Na passagem paralela no Evangelho de Marcos, José de Arimateia é descrito como um “senador honrado” (Mc 15:43).
No Evangelho de Mateus temos a informação acerca de seu poder aquisitivo, sendo descrito como um homem rico e também discípulo de Jesus (Mt 27:56). O Evangelho de João ressalta que José de Arimateia era um “discípulo de Jesus, mas ocultamente, por medo dos judeus“ (Jo 19:38).
O medo que José de Arimateia sentia, e que o levava a ser um discípulo “secreto” de Jesus, estava relacionado à possibilidade de que, caso descoberto, os outros membros do Sinédrio o expulsariam do conselho, e até mesmo da sinagoga. Comportamentos semelhantes ao de José podem ser notados em outras passagens bíblicas (Jo 7:13; 9:22; 20:19).
Muitas histórias e lendas são contadas sobre José de Arimateia em relatos extra-bíblicos. Tais relatos contam que José de Arimateia era um grande comerciante que possuía uma frota de navios que faziam exportações entre a Palestina até a Britânia (uma província no centro-sul da atual Grã-Bretanha). Segundo tais relatos, José de Arimateia teria sido preso culpado pelo desaparecimento do corpo de Jesus, sendo abandonado por sua família e tendo seus bens confiscados.
Após treze anos de prisão, ele teria sido solto por Tibério Alexandre, governador da Judeia. Em liberdade, José teria conseguido reconstruir sua fortuna e teria investido seus recursos na obra de evangelização. Ainda segundo essas lendas, José de Arimateia fundou a primeira congregação cristã na Britânia, ao ser enviado para lá por Filipe da Gália, em 63 d.C. Outra lenda, talvez de 1.200 d.C., conta como José de Arimateia levou para a Inglaterra o Santo Gral.
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