segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A Anunciação

Evangelho (Lucas 1,26-38)


Segunda-Feira, 22 de Agosto de 2011
Nossa Senhora Rainha


Naquele tempo, 26o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da Virgem era Maria.
28O anjo entrou onde ela estava e disse: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!” 29Maria ficou perturbada com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação.
30O anjo, então, disse-lhe: “Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. 31Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. 32Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. 33Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim”.
34Maria perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?” 35O anjo respondeu: “O Espírito virá sobre ti, e o poder do Al­tíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus. 36Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, 37porque para Deus nada é impossível”.
38Maria, então, disse: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!” E o anjo retirou-se.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Aos pastores que guardavam os rebanhos de seu patrão é anunciado o nascimento de Jesus. Eles vão às pressas ao encontro do Recém-nascido. Lucas, com suas narrativas da infância de João Batista e de Jesus no início de seu Evangelho, já apresenta um de seus temas fundamentais: em Jesus, Deus se revela como o Deus dos pobres, fracos e excluídos.
Pois a escolha da Virgem Maria – uma jovem da periferia da Galileia – para ser a Mãe de Jesus, Filho de Deus, nos revela que o projeto de Deus difere dos projetos dos homens neste mundo.
O poder e o prestígio, tão ansiosamente buscados, nada significam para Deus. Maria Santíssima viveu a humildade e o serviço e nisso se identifica com seu Filho Jesus. O título de “rainha” aplicado a Maria não indica poder e superioridade, mas sim amor que se doa, cativa e se comunica. Nossa Senhora está presente em nossos lares, nas alegrias e nos sofrimentos, nos confortando como mãe e companheira de caminhada no seguimento a Jesus Cristo.
Seu amor misericordioso é universal e fonte da paz a ser consolidada pelos laços de fraternidade e justiça entre todos, homens e mulheres.
Unindo o Filho que se encarna e a Mãe que O acolhe aparece misteriosamente a obediência, o “sim” de total disponibilidade ao Pai: o “sim” eterno do Filho, que ecoa no tempo através do “sim” da Virgem Maria. Assim, aparece o quanto a salvação do mundo e da humanidade manifesta-se na atitude de obediência, o contrário da atitude do pecado original. A humanidade voltará pela obediência Àquele de quem se afastou pela covardia da desobediência. O Criador e a criatura, de modo admirável e incompreensível, comungam nessa obediência ao plano amoroso da salvação.
Somos convidados a contemplar a atitude crente, madura e disponível de Nossa Senhora. Crente porque se confia totalmente ao Senhor, como Abraão, que “partiu sem saber para onde ia” (Hb 12,8). Casamento, futuro, filhos, tudo isso a Virgem Mãe deixou nas mãos de Deus sem Lhe pedir explicações, sem Lhe pedir provas, sem Lhe pedir garantias.
Atitude madura porque humildemente procurou compreender – quanto possível – o plano de Deus a seu respeito para melhor aderir a ele. Atitude disponível, pela sua insuperável resposta ao convite do Senhor: “Eis a Serva!” Maria não pertence a si própria, não considera sua vida e seu destino a partir de seus interesses e projetos. Ela se confia total e absolutamente ao seu Senhor e Deus.
Concluindo, diremos que a anunciação do anjo mostra a dinâmica da fé da Santíssima Virgem Maria: sendo virgem, descobre-se grávida; perturba-se e tem medo; descobre a mão de Deus por intermédio do Espírito Santo; toma consciência de que o que cresce em seu seio é o Verbo Divino; não duvida desta iluminação interior; apenas pergunta como se fará isso. Aceita realidades que não se veem. Ela creu, pois que “para Deus nada é impossível”.
A fé consiste exatamente nisso: “a fé é a antecipação das coisas que se esperam, a prova das realidades que não se veem” (Hb 11,1). Com Maria digamos “sim” à voz de Deus, pois Jesus quer continuar nascendo em mim e em você todos os dias.
Padre Bantu Mendonça

Nenhum comentário:

Postar um comentário